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quarta-feira, 29 de setembro de 2021

Unificação Italiana

 A unificação da Itália foi um processo de união entre os vários reinos que compunham a Península Itálica, após a expulsão dos austríacos. Ocorreu na segunda metade do século XIX e terminou em 1871.


Com isto, os reinos passaram a formar um só país, o Reino da Itália, sob o reinado de Victor Manuel II.


O processo tardio resultou no atraso do desenvolvimento industrial italiano e na corrida para ocupação de territórios na África.


Antecedentes da Unificação Italiana

A Península Italiana era formada por diferentes reinos, ducados, repúblicas e principados muito distintos entre si. Ao norte, parte do território estava ocupado pelos austríacos.


Cada um tinha sua própria moeda, sistema de pesos e medidas, e adunas. Até mesmo o idioma era diferente em cada uma destas regiões.


A Itália era predominantemente agrária e somente o reino de Piemonte-Sardenha começava a ter indústrias, e assim, uma burguesia influente.


Com o liberalismo trazido pela Revolução Francesa, os movimentos nacionalistas italianos lutavam pela unificação política do país. Contudo, com as derrotas sofridas na Revolução de 1848, o sonho de formar um só país parecia enterrado.


A partir de 1850, no entanto, a luta se reacende com o ressurgimento (Risorgimento) dos movimentos pela unidade nacional.


O coordenador do movimento pela unidade nacional era Camilo Benso, o conde de Cavour (1810-1861), que estava à frente do Risorgimento.


Cavour era o primeiro ministro do reino de Piemonte-Sardenha, única região que adotava a monarquia constitucional como regime de governo.


Deste reino, partiu a liderança política que faria a unificação dos demais reinos da Península Itálica, lideraria a expulsão dos austríaco e, posteriormente, combateria os franceses.


Guerras e Unificação Italiana

Em 1858, o reino do Piemonte-Sardenha assina com a França um acordo contra o Império Austríaco. Neste momento, destaca-se a liderança de Cavour.


Um ano mais tarde, começa a Primeira Guerra da Independência contra a Áustria. Com o apoio militar da França, a guerra contra a Áustria terminou com as batalhas de Magenta e Solferino.


A França retirou-se da guerra depois que a Prússia ameaçou impor uma intervenção militar e o reino do Piemonte-Sardenha foi obrigado a assinar o Tratado de Zurique em 1859.


Neste, ficou estipulado que a Áustria permanecia com Veneza, mas cedia a Lombardia ao Reino do Piemonte-Sardenha. O tratado previa, ainda, que os franceses ficariam com os territórios de Nice e Saboia.


Uma guerra paralela, movida por Giuseppe Garibaldi (1807-1882), esposo de Anita Garibaldi, resultou na conquista dos ducados de Toscana, Parma e Módena, além da Romagna. Os territórios foram incorporados pelo reino do Piemonte-Sardenha após a realização de um plebiscito em 1860. Surgia, assim, o Reino da Alta Itália.


Também em 1860, Nápoles foi conquistada após o ataque de Garibaldi ao Reino das Duas Sicílias.


Os Estados Pontifícios foram estabelecidos na mesma época e o movimento resultou na ligação entre parte Sul e Norte da Itália. Em 1861 foi criado o Reino da Itália.


Faltava, contudo, anexar Veneza, ainda ocupada pelos austríacos, e Roma, onde o Imperador Napoleão III (1808-1873) mantinha tropas para a proteção do Papa Pio IX. Se antes a França foi aliada da unificação, agora era contrária ao movimento por temer o surgimento de uma nova potência em suas fronteiras.


Um movimento paralelo, traçado pela Prússia, tentava promover a Unificação Alemã, a qual a França também era contrária e, para tanto, contava com o apoio da Áustria. As disputas culminaram em 1866 na assinatura do pacto ítalo-prussiano e, em 1877, começava a guerra Austro-prussiana.


Aliado da Prússia, a Itália recebeu Veneza, mas foi obrigada a ceder Tirol, Trentino e Ístria para o Império Austríaco.


Somente em 1870, quando explodiu a Guerra Franco-Prussiana, o exército italiano pôde entrar em Roma devido à derrota dos franceses naquela guerra.


Ao fim do processo, a Itália unificada adotou o regime de monarquia parlamentarista.


O Vaticano e a Itália

Quando Roma foi anexada em 1870, o Papa Pio IX (1792-1878) declarou-se prisioneiro na cidade do Vaticano e recusou o reconhecimento da unificação.


Em 1874, o pontífice proibiu aos católicos de participarem da eleição que votaria o novo parlamento. Este desencontro entre o governo italiano e Vaticano foi denominado "Questão Romana".


O problema perdurou até 1920 e foi solucionado com a assinatura do Tratado de Latrão durante o governo de Benito Mussolini.


Pelo tratado, o governo indenizaria a Igreja Católica pela perda de Roma, lhe concedia a soberania sobre a Praça de São Pedro e reconhecia o Estado do Vaticano como uma nova nação cujo Chefe de Estado era o Papa.


Por sua parte, o pontífice reconhecia a Itália e seu governo como um Estado Independente.


Consequências da Unificação Italiana

A unificação da Itália fez surgir um Estado unido territorialmente sob a monarquia constitucional. Desta maneira, o país iniciou sua expansão territorial para a África.


Esta atitude desequilibrava os interesses das potências já constituídas como Alemanha e França e levaria à Primeira Guerra Mundial.


segunda-feira, 27 de setembro de 2021

Golpe do 18 de Brumário

 O que foi o golpe do 18 Brumário?

Foi uma manobra política para garantir a ascensão dos girondinos, a alta burguesia francesa, ao poder.


Também serviu para conter os jacobinos, preservar as conquistas da Revolução Francesa e frear a guerra com os países contrários aos ideais revolucionários.


Por meio do golpe, o sistema denominado Diretório foi derrubado e substituído pelo Consulado. Este fato marcou o início da ditadura do general Napoleão Bonaparte (1769-1821).


A data recebe este nome porque ocorreu no segundo mês do Calendário Revolucionário Francês, brumário, que era dedicado à bruma.


Antecedentes do Golpe de 18 Brumário

Com as conquistas militares obtidas pelos franceses, o Exército se fortalecia cada vez mais. Diante dos desentendimentos no Diretório entre as várias facções políticas, parecia que os militares seriam os únicos capazes de garantir a governabilidade na França.


Igualmente, os burgueses viam suas conquistas sociais e econômicas ameaçadas, pois alguns grupos desejavam a volta do absolutismo. Da mesma forma existia um perigo real da França ser invadida novamente pelas tropas da Segunda Coligação (Inglaterra, Áustria, Império Russo, entre outros).


Tudo isso faz com que os franceses apoiem o Golpe de 18 Brumário e a ditadura de Napoleão Bonaparte.


Bonaparte e o Golpe de 18 de Brumário

Napoleão Bonaparte foi um dos mais destacados militares da época revolucionária, vencendo vários países que fizeram guerra contra a França. Interessava-se cada vez mais por política e via com maus olhos a época do Terror implantada por Robespierre.


Desta maneira, planeja com o abade Sieyès um golpe para preservar as conquistas da Revolução Francesa.


Assim, Napoleão depôs o Diretório usando uma coluna de granadeiros e implantou o regime do Consulado. Neste sistema estava previsto que três cônsules dividiriam o poder: Bonaparte, Sieyès e Pierre-Roger Ducos.


Nova constituição

O trio coordenou a elaboração de uma nova Constituição que estabelecia Napoleão como Primeiro-Cônsul pelo período de dez anos.


A Carta Magma ainda lhe concedia poderes de ditador, pois Bonaparte era o responsável por nomear para os principais cargos públicos e também de legislar. Nesta nova Constituição não é feita nenhuma referência à Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão.


Este documento estaria em vigor até 1804 quando o próprio Napoleão cria o Império e se coroa soberano.


Consequências do 18 de Brumário

Com o Golpe do 18 de Brumário, Napoleão Bonaparte instaura uma ditadura na França com os poderes concentrados na sua pessoa.


Por sua vez, Bonaparte tenta conciliar as várias facções políticas. Restabelece a liberdade de culto, anistia os emigrados (nobres) que fugiram durante a Revolução, promulga o Código Civil, cria o Banco da França, etc.


No entanto, torna o Senado apenas um órgão consultivo e acaba com a eleição de juízes que como havia sido determinado pelos revolucionários.


O Consulado termina com a criação do Império Napoleônico, onde uma nova dinastia, a Bonaparte, passa a governar a França.

quarta-feira, 22 de setembro de 2021

Imperadores Romanos

 O Império Romano durou de 27 a.C. a 476 e foi o período em que Roma dominou grande parte da Europa, o norte da África e também regiões do Oriente Médio.


A época dos imperadores começa após a Crise da República que termina com o assassinato de Júlio César.


Sucedem-se imperadores de várias famílias patrícias que enfrentam rebeliões internas, invasão dos povos nórdicos, e o surgimento do cristianismo.


Abaixo uma lista com os principais imperadores que governaram Roma neste período:


Otaviano Augusto

Caio Júlio César Otaviano Augusto foi imperador de 27 a.C a 14 d.C.


Otaviano Augusto (ou Otávio Augusto) foi o primeiro imperador romano e pertenceu à dinastia Júlio-Claudiana. Nasceu na cidade de Roma em 23 de setembro do ano de 63 a.C e era sobrinho-neto de Júlio César que lhe ensinou os caminhos da política romana.


Organizou expedições militares na Récia, Panônia, Hispânia, Germânia, Arábia e África. Também pacificou as regiões dos Alpes e Hispânia e anexou as regiões da Gália e Judeia.


Na economia estimulou a agricultura e saneou as finanças de Roma e da península itálica. Também dividiu a capital imperial em 14 províncias para facilitar a cobrança de impostos e do censo militar. Igualmente, cobriu as construções romanas de mármore a fim de aumentar o esplendor do capital.


Otaviano foi o primeiro Imperador a ser proclamado "Augusto", pelo Senado Romano, ou seja, um deus. O culto ao imperador se iniciava em vida e era continuado pela família do falecido após a morte. Otaviano se identificou tanto com este título que muitos pensam se tratar de um segundo nome. Também o mês de agosto tem este nome em sua homenagem.


Otaviano Augusto morreu em 19 de agosto de 14 d.C, na comuna italiana de Nola.


Cláudio

Tibério Cláudio César Augusto Germânico foi imperador de 41 a 54 d.C.


Nasceu na província de Lugduno, na Gália, em 1 de agosto de 10 a.C e foi o primeiro imperador romano que não nasceu na Itália. Teve uma infância difícil devido aos problemas físicos que tinha como a gagueira e isso o manteve afastado de uma possível sucessão imperial.


Cláudio subiu ao trono imperial em 41 d.C., após a guarda pretoriana ter assassinado o seu sobrinho Calígula.


Apesar de padecer de problemas físicos, Cláudio governou o Império Romano de maneira competente. Construiu canais, aquedutos, pavimentou estradas a fim de melhorar as comunicações com as províncias mais distantes do Império. Também ergueu o porto de Óstia.


Quanto às conquistas militares, durante o seu reinado foram anexadas as províncias da Trácia, Judeia, Lícia, Nórico e Panfília e Mauritânia. No entanto, a conquista mais importante foi a Britânia (atual Grã-Bretanha).


Apesar da sua crueldade para com os senadores e equestres (a mais baixa aristocracia romana), organizou as finanças do Estado e conseguiu manter a paz em Roma.


Em 54, Cláudio foi envenenado por Agripina, sua esposa e mãe do futuro imperador Nero. Após sua morte foi deificado pelo Senado Romano.


Nero

Nero Cláudio Augusto Germânico foi imperador do ano de 54 a 68.


Nasceu na cidade de Anzio (na atual Itália) no dia 15 de dezembro de 37. Nero tornou-se governante numa época de grande esplendor do Império Romano, mas segue sendo uma figura polêmica.


Nos cinco primeiros anos de seu governo, Nero cancelou todos os éditos publicados pelo Imperador Cláudio, pois o considerou um administrador incompetente. Tal como seus antecessores, usou a violência para sufocar as revoltas que aconteciam nas províncias imperiais.


Quanto às guerras de expansão, ao contrário de seus antecessores, Nero não foi um grande conquistador e empreendeu apenas algumas incursões militares na região da atual Armênia. Por sua vez, aproveitou para melhorar, através da diplomacia, as relações com a Grécia.


Alguns historiadores debatem a competência deste imperador para administrar o Império. Afinal, muitas de suas resoluções tinham influência de sua mãe, Agripina, e seu tutor, Lúcio Sêneca.


Um episódio que marcou a trajetória de Nero foi o incêndio que destruiu parte da cidade de Roma, no ano de 64. Porém, de acordo com alguns historiadores, não é certa a responsabilidade de Nero pelo incidente, pois o imperador estava em Anzio naquele momento e retornou à Roma ao saber que a cidade ardia.


Aqueles que apontam Nero como culpado baseiam-se nos relatos do político e historiador Tácito. Este afirma que o Imperador teria ficado cantando e tocando lira enquanto a cidade queimava.


Enquanto não se tem certeza da autoria do atentado, o fato é que Nero culpou e ordenou perseguição aos cristãos, acusados por ele de serem os responsáveis pelo incêndio. Muitos foram capturados, crucificados e jogados no Coliseu para serem devorados pelas feras. Posteriormente, os historiadores cristãos só aumentaram a lenda de imperador cruel e implacável com os cristãos.


Além deste, outros episódios colaboraram para a fama de imperador violento e desequilibrado. No ano de 55, Nero matou o filho do ex-imperador Cláudio e em 59, ordenou o assassinato de sua mãe Agripina.


Nero se suicidou em Roma, no dia 6 de junho de 68, colocando fim à dinastia Júlio-Claudiana.


Veja mais sobre Nero.


Tito

Tito Flávio Vespasiano foi imperador de 79 a 81 d.C.


Nasceu em Roma em 30 de dezembro de 39. Apesar do seu curto reinado ele ficaria conhecido por ter sido o responsável pela destruição do Templo de Salomão, em Jerusalém, e a dispersão dos judeus pelo mundo.


Três desastres naturais ocorreram durante o seu reinado: um incêndio em Roma, uma terrível peste e a erupção do Vesúvio que engoliu Pompeia. Entretanto, nem esses fatos diminuíram a boa reputação que obteve junto à população durante seu reinado.


Tito, foi alcunhado de ser “o novo Nero”, pela sua fama de cruel e intolerante, acabou chamado de “As delícias do gênero humano” por conta dos benefícios feitos ao povo. Um deles foi a conclusão do Coliseu de Roma que garantia diversão, ainda que sangrenta, para os extratos mais pobres da população.


Para aplacar as revoltas da Palestina mandou destruir o Templo do Rei Salomão, símbolo da unidade do povo de Israel. Isto levou ao começo da diáspora judaica e o fim do Estado judeu até a criação do Estado de Israel.


Ao falecer, em 13 de setembro de 81, teria dito uma enigmática frase: “cometi apenas um erro em minha vida”. Vários estudiosos especulam a que erro o imperador se referia. Teria sido não matar o irmão Diocleciano, seu maior rival? Jamais saberemos.


Após sua morte, o Senado Romano o declarou deus e seu culto se espalhou por Roma.


Trajano

Marco Úlpio Nerva Trajano foi imperador de 98 a 117.


Nasceu no ano 53, na Itálica (atual Santiponce, na Espanha) sendo o primeiro imperador romano a nascer nesta província.


Foi considerado um excelente general, um administrador detalhista e disciplinado e afirmava que todos os imperadores deveriam ser “simples cidadãos”.

O seu reinado foi marcado pelo alargamento das fronteiras do império a Leste, com a conquista da Dácia (atual Romênia), Arábia, Armênia e Mesopotâmia.


terça-feira, 14 de setembro de 2021

Plano Collor

 Contexto Histórico

O Brasil vivia momentos de euforia política, pois em 1989 seriam celebradas as primeiras eleições diretas e pluripartidárias para presidente, após o fim da ditadura militar.


Por outro lado, a inflação e a estagnação econômica eram os principais problemas que o país enfrentava.


Após 30 anos sem poder eleger um presidente, o brasileiro sentia que reconquistava seus direitos políticos que haviam sido suspensos pela ditadura militar. Uma nova Constituição fora promulgada e novos direitos trabalhistas e sociais haviam sido incluídos na Carta Magna, o que deixava a população confiante.


Durante a campanha, lideranças históricas como Lula da Silva, da esquerda, ou Uliysses Guimarães, da direita, se apresentaram como opções. Entretanto foi o jovem governador de Alagoas, Fernando Collor de Mello, que soube conquistar os eleitores com sua imagem moderna, atlética e de combate aos corruptos.


O cenário externo não era dos melhores. A década de 80 foi dominada pela implementação do neoliberalismo em países como os Estados Unidos e o Reino Unido.


Desta maneira, estava na ordem do dia privatizar e reduzir o gasto público. O neoliberalismo no Brasil seria posto em prática pelo governo Collor.


Origem

O Plano Collor foi decretado através de uma medida provisória. Isso quer dizer que ele não foi levado ao Congresso Nacional para debate e nem votado pelos congressistas.


Igualmente, Collor de Mello e sua equipe jamais tinham mencionado dito plano durante a campanha eleitoral. O candidato prometia acabar com a inflação e melhorar a economia, mas reforçava que seria através do combate à corrupção e da demissão de maus funcionários públicos.


Assim, a população brasileira foi tomada de surpresa com o feriado bancário de três dias após a posse. Mas o que geraria mais espanto foi a comunicação realizada pelo próprio presidente Collor de Mello no dia 16 de março de 1990 explicando o plano econômico.


Collor nomeou como responsável pela pasta econômica, a professora da USP Zélia Cardoso de Mello. Ela não tinha experiência política, mas tinha sido ex-assessora da Secretária do Tesouro, durante os anos 80. Ali conheceria Collor, então governador de Alagoas, e trabalharia com ele desde o começo da campanha eleitoral.


O ministério da Economia englobou os do Planejamento e da Fazenda, além de secretarias como a Receita Federal. Zélia Cardoso era, assim, uma das ministras mais poderosas do governo.


Medidas do Plano Collor

Poupança retida para quem tivesse depósitos acima de 50.000 cruzeiros novos (atualmente, 5000 a 8000 reais);

os preços deveriam voltar aos valores de 12 de março;

mudança da moeda: de cruzados novos para cruzeiros, sem alterações de zeros;

início do processo de privatização de estatais;

reforma administrativa com o fechamento de ministérios, autarquias e empresas públicas;

demissão de funcionários públicos;

abertura do mercado brasileiro ao exterior com a extinção de subsídios do governo;

flutuação cambial sob controle do governo.

A medida mais polêmica do Plano Collor foi a retenção das poupanças nos bancos, para os correntistas que tivessem depósitos acima de 50.000 cruzeiros. Rapidamente, isto foi chamado de “confisco” pela população.


O governo retinha os depósitos acima deste valor e pretendia devolvê-los em 18 meses com correção e juros de 6% ao ano. Com isto, visava conseguir liquidez para financiar projetos econômicos.


Segundo a Ministra Zélia Cardoso de Mello, 90% das contas de poupança brasileiras eram abaixo deste valor e esta retenção não prejudicaria a economia nacional. Igualmente afirmava que o governo ressarciria os depósitos dentro do prazo estipulado.


Tal fato nunca ocorreu e milhares de correntistas tiveram que entrar na Justiça para reaver seu dinheiro.


Plano Collor 2

O plano Collor 1 foi um fracasso. Embora tivesse conseguido diminuir a inflação no primeiro mês, nas semanas seguintes os preços continuariam a aumentar e os salários a diminuir.


Também por medida provisória publicada em 1º de fevereiro de 1991, o presidente instituiu mais normas econômicas que seriam conhecidas como o Plano Collor 2.


Dentre elas estavam:


Aumento de tarifas públicas para os Correios, energia e transporte ferroviário;

fim do overnight e criação do Fundo de Aplicações Financeiras (FAF);

criação Taxa de Referência de Juros (TR).

Consequências

Os planos Collor 1 e 2 não conseguiram salvar a economia brasileira e tampouco conter a inflação. Alguns economistas afirmam que o Brasil quebrou, pois os créditos ficaram mais caros e difíceis de obter. Outros estudiosos apontam que foi apenas uma recessão muito profunda.


quinta-feira, 9 de setembro de 2021

Período Arcaico - resumo

 O Período Arcaico, entre os anos de 800 a.C. e 500 a.C., corresponde ao terceiro período histórico da Grécia Antiga, logo após o período homérico.


Esta época guarda profundas mudanças políticas e econômicas devido à consolidação das cidades-estados, das quais se destacam Esparta e Atenas.


Períodos da Grécia Antiga

Para fins de estudo, a história da sociedade grega, na Antiguidade, está dividida em quatro períodos:


Período Pré-Homérico (séculos XX - XII a.C.)

Período Homérico (séculos XII - VIII a.C.)

Período Arcaico (séculos VIII - VI a.C.)

Período Clássico (séculos V - IV a.C.)


Características do Período Arcaico

Com o fim do período homérico e do declínio das comunidades patriarcas dos genos, a expansão das cidades-estado dominou esse período da história grega.


Surge o conceito de sociedade privada na sociedade grega, a qual era comandada pelos proprietários de terra.


Economia

Foi a partir desse período que os antigos genos foram transformados em unidades políticas maiores chamadas de polis ou cidade-estado.


Controladas por uma aristocracia proprietária de terras, esses núcleos urbanos, aos poucos se tornaram importantes centros comerciais do mundo grego. Cada uma delas possuía autonomia e independência das quais as maiores e mais prósperas foram Esparta e Atenas.


Além disso, de uma economia agropastoril que predominou o período anterior, o comércio passa a ser uma das mais importantes fontes econômicas.


Como a população aumentava e as terras cultiváveis disponíveis eram limitadas, as cidades-gregas fundam colônias ao longo do Mar Mediterrâneo.


Cultura e Filosofia

Nessa fase, a arte grega atinge o apogeu com a construção de templos, a expansão da pintura, da escultura e do artesanato (sobretudo dos objetos de cerâmica).


Trata-se de um período crucial para a filosofia, pois os autores deixam de buscar as explicações em mitos e usar a razão para entender o mundo.


Religião

O período arcaico é o apogeu das consultas aos deuses, especialmente através dos oráculos.


O mais conhecido era o Oráculo de Delfos, onde pessoas de todas as condições sociais, acudiam para receber mensagens, ditas pelas pitonisas, do próprio deus Apolo.


Olimpíadas

Os Jogos Olímpicos surgem no período arcaico. Além de reunir competidores de diversas partes, era declarada uma trégua em todos os conflitos em curso.


segunda-feira, 6 de setembro de 2021

Governo Populista

 A Quarta República, também conhecida como República Populista, foi um período da história brasileira iniciado em 1946, com a posse de Eurico Gaspar Dutra, e finalizado em 1964, com o Golpe Civil-Militar que marcou o início da Ditadura Militar no Brasil. A República Populista foi marcada por intensas tensões políticas e pela política desenvolvimentista do Brasil.


Presidentes da Quarta República (República Populista)

O Brasil possuiu uma série de presidentes ao longo do período da Quarta República, no qual aconteceram quatro eleições presidenciais: em 1945, 1950, 1955 e 1960. Observe abaixo a lista dos presidentes desse período:


Eurico Gaspar Dutra (1946-1951)


Getúlio Vargas (1951-1954)


Café Filho (1954-1955)


Carlos Luz (1955)


Nereu Ramos (1955-1956)


Juscelino Kubitschek (1956-1961)


Jânio Quadro (1961)


Ranieri Mazzilli (1961)


João Goulart (1961-1964)


Em 1965, deveria ter acontecido uma nova eleição presidencial (já havia até postulantes, dos quais destacam-se Juscelino Kubitschek e Carlos Lacerda), no entanto, na passagem de março para abril de 1964, o Golpe Civil-Militar colocou fim a essa experiência democrática do Brasil.


Transição para a democracia

O início da Quarta República foi resultado direto do desgaste do regime ditatorial instalado por Vargas em 1937, o Estado Novo. Entre 1942 e 1943, a política de massas de Vargas começou a incomodar uma parcela significativa do país. Além disso, começou-se a questionar o fato de vigorar internamente um Estado policial que impunha a censura e centralizava o poder, enquanto que, externamente, tropas brasileiras eram enviadas desde 1944 para a Europa para lutar contra o nazifascismo em defesa dos valores democráticos.

Esse quadro refletiu diretamente em parte da elite brasileira e nos meios militares. Assim, na virada de 1944 para 1945, ambos os grupos começaram a ampliar esforços para que acontecesse uma transição de poder para um regime democrático. Em resposta a essa pretensão, Vargas anunciou o Ato Adicional, uma emenda constitucional baixada em fevereiro de 1945.


Essa emenda à Constituição de 1937 decretava que seria determinada, no prazo de 90 dias, a data para realização de eleição presidencial no Brasil. Com essa emenda, começaram a organizar-se no Brasil os partidos políticos que concorreriam à disputa pelo poder e que protagonizariam a política brasileira durante a Quarta República.


Ao longo de 1945, o desgaste de Vargas no poder ampliou-se consideravelmente. Primeiramente, surgiu o “Queremismo”, movimento que reivindicava a democratização do país sob a tutela de Vargas. O surgimento dessa ação desagradava aos liberais, que afirmavam que Vargas não deveria participar do pleito.


Além disso, Vargas decretou em agosto uma lei contra o truste e as práticas de monopólio, a qual desagradou os liberais. Em outubro, baixou um decreto antecipando as eleições estaduais e municipais do país, aumentando seu desgaste com a parcela antigetulista do país.


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