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quinta-feira, 9 de dezembro de 2021

EXERCÍCIOS SOBRE ÉTICA E FILOSOFIA POLÍTICA

 QUESTÃO 1

(Vunesp 2012) O clima do “politicamente correto” em que nos mergulharam impede o raciocínio. Este novo senso comum diz que todos os preconceitos são errados. Ao que um amigo observou: “Então vocês têm preconceito contra os preconceitos”. Ele demonstrava que é impossível não ter preconceitos, que vivemos com eles, e que grande quantidade deles nos é útil. Mas, afinal, quais preconceitos são pré-julgamentos danosos? São aqueles que carregam um juízo de valor depreciativo e hostil. Lembre-se do seu tempo de colégio. Quem era alvo dos bullies? Os diferentes. As crianças parecem repetir a história da humanidade: nascem trogloditas, violentas, cruéis com quem não é da tribo, e vão se civilizando aos poucos. Alguns, nem tanto. Serão os que vão conservar esses rótulos pétreos, imutáveis, muitas vezes carregados de ódio contra os “diferentes”, e difíceis (se não impossíveis) de mudar.


Adaptado de Francisco Daudt. Folha de S.Paulo, 07.02.2012.


O artigo citado aborda a relação entre as tendências culturais politicamente corretas e os preconceitos. Com base no texto, pode-se afirmar que a superação dos preconceitos que induzem comportamentos agressivos depende:


a) da capacidade racional de discriminar entre pré-julgamentos socialmente úteis e preconceitos disseminadores de hostilidade.


b) de uma assimilação integral dos critérios “politicamente corretos” para representar e julgar objetivamente a realidade.


c) da construção de valores coletivos que permitam que cada pessoa diferencie os amigos e os inimigos de sua comunidade.


d) de medidas de natureza jurídica que criminalizem a expressão oral de juízos preconceituosos contra integrantes de minorias.


e) do fortalecimento de valores de natureza religiosa e espiritual, garantidores do amor ao próximo e da convivência pacífica.


QUESTÃO 2

(Unioeste 2011) No itinerário histórico-cultural ocidental de estruturação do pensamento filosófico-político sobre a origem e fundamento do Estado e da sociedade política, encontra-se o modelo de pensamento contratualista (jusnaturalista), tendo em Hobbes, Locke e Rousseau filósofos relevantes na discussão dos elementos estruturais deste modelo. Segundo Norberto Bobbio, este modelo é “construído com base na grande dicotomia ‘estado (ou sociedade) de natureza/estado (ou sociedade) civil’”, e contém “elementos caracterizadores” deste modelo.


Com base no texto, assinale a alternativa INCORRETA.


a) Na concepção política de HOBBES, o estado de natureza é tido como um estado de guerra generalizada, de todos contra todos.


b) Na concepção política de Aristóteles, o homem é, por natureza, um ser insociável e apolítico.


c) Na concepção política de HOBBES, o poder soberano que resulta do pacto de união, por ser soberano, tem como atributos fundamentais ser um poder absoluto, indivisível e irrevogável.


d) Na concepção política de Locke, a passagem do estado de natureza para o estado civil se realiza mediante o contrato social que é um pacto de consentimento unânime de indivíduos singulares para o ingresso no estado civil.


e) Contrapondo-se a Hobbes, Locke concebe o estado de natureza como um estado de “relativa paz, concórdia e harmonia”.



QUESTÃO 3

(Enem 2012) Não ignoro a opinião antiga e muito difundida de que o que acontece no mundo é decidido por Deus e pelo acaso. Essa opinião é muito aceita em nossos dias, devido às grandes transformações ocorridas, e que ocorrem diariamente, as quais escapam à conjectura humana. Não obstante, para não ignorar inteiramente o nosso livre-arbítrio, creio que se pode aceitar que a sorte decida metade dos nossos atos, mas [o livre-arbítrio] nos permite o controle sobre a outra metade.


MAQUIAVEL, N. O Príncipe. Brasília: EdUnB, 1979 (adaptado).


Em O Príncipe, Maquiavel refletiu sobre o exercício do poder em seu tempo. No trecho citado, o autor demonstra o vínculo entre o seu pensamento político e o humanismo renascentista ao:


a) valorizar a interferência divina nos acontecimentos definidores do seu tempo.


b) rejeitar a intervenção do acaso nos processos políticos.


c) afirmar a confiança na razão autônoma como fundamento da ação humana.


d) romper com a tradição que valorizava o passado como fonte de aprendizagem.


e) redefinir a ação política com base na unidade entre fé e razão.


QUESTÃO 4

(Enem 2013)


Nasce daqui uma questão: se vale mais ser amado que temido ou temido que amado. Responde-se que ambas as coisas seriam de desejar; mas porque é difícil juntá-las, é muito mais seguro ser temido que amado, quando haja de faltar uma das duas. Porque dos homens se pode dizer, duma maneira geral, que são ingratos, volúveis, simuladores, covardes e ávidos de lucro, e enquanto lhes fazes bem são inteiramente teus, oferecem-te o sangue, os bens, a vida e os filhos, quando, como acima disse, o perigo está longe; mas quando ele chega, revoltam-se.


MAQUIAVEL, N. O príncipe. Rio de Janeiro: Bertrand, 1991.


A partir da análise histórica do comportamento humano em suas relações sociais e políticas, Maquiavel define o homem como um ser:


a) munido de virtude, com disposição nata a praticar o bem a si e aos outros.


b) possuidor de fortuna, valendo-se de riquezas para alcançar êxito na política.


c) guiado por interesses, de modo que suas ações são imprevisíveis e inconstantes.


d) naturalmente racional, vivendo em um estado pré-social e portando seus direitos naturais.


e) sociável por natureza, mantendo relações pacíficas com seus pares.



QUESTÃO 5

(Enem 2015) A natureza fez os homens tão iguais, quanto às faculdades do corpo e do espírito, que, embora por vezes se encontre um homem manifestamente mais forte de corpo, ou de espírito mais vivo do que outro, mesmo assim, quando se considera tudo isto em conjunto, a diferença entre um e outro homem não é suficientemente considerável para que um deles possa com base nela reclamar algum benefício a que outro não possa igualmente aspirar.


HOBBES, T. Leviatã. São Paulo: Martins Fontes, 2003.


Para Hobbes, antes da constituição da sociedade civil, quando dois homens desejavam o mesmo objeto, eles:


a) entravam em conflito.


b) recorriam aos clérigos.


c) consultavam os anciãos.


d) apelavam aos governantes.


e) exerciam a solidariedade.


QUESTÃO 6

(Enem 2013) Hobbes realiza o esforço supremo de atribuir ao contrato uma soberania absoluta e indivisível. Ensina que, por um único e mesmo ato, os homens naturais constituem-se em sociedade política e submetem-se a um senhor, a um soberano. Não firmam contrato com esse senhor, mas entre si. É entre si que renunciam, em proveito desse senhor, a todo o direito e toda liberdade nocivos à paz.


CHEVALLIER, J. J. As grandes obras políticas de Maquiavel a nossos dias. Rio de Janeiro: Agir, 1995 (adaptado).


A proposta de organização da sociedade apresentada no texto encontra-se fundamentada na:


a) imposição das leis e na respeitabilidade ao soberano.


b) abdicação dos interesses individuais e na legitimidade do governo.


c) alteração dos direitos civis e na representatividade do monarca.


d) cooperação dos súditos e na legalidade do poder democrático.


e) mobilização do povo e na autoridade do parlamento.

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